Descendants of Valentin Heineck

Notes


1. Valentin Heineck

Imigrou em 15 de Janeiro de 1826 (chegada em Novo Hamburgo). Vieram na primeira leva de 1826, a mais numerosa do ano. Chegou com a esposa e três filhos, vindo do Rio de Janeiro para Porto Alegre, no bergantim Carolina. Era o chefe da família nro 5 na lista do bergantim. Conforme Rodrigo Trespach, vieram no navio "Friedrich Heinrich", partindo de Amstardã em 25/08/1825. O Capitão do navio era Peter Zink. Chegaram no Rio de janeiro em 08/11/1825. Para Trespach, eles seriam evangélicos. Para Hunsche, eles seriam católicos.

Conforme Rodrigo Trespach, da fonte, pág 20:
"O bergantin Carolina trouxe à colônia de São Leopoldo 57 famílias e um viúvo, num total de 288 pessoas, a maioria de famílias do Grão-Ducado de Hessen-Darmstadt, também chamado de região do Rheinhessen, hoje Renânia-Palatinado que compreende a área entre as cidades de Bad Kreuznach e Alzey. Tendo ele partido do Rio de Janeiro em 15/12/1825, chegou à capital da província após 30 dias de viagem."

Conforme Hunsche, a primeira leva de 1826 foi composta de 303 pessoas, oriundas de:
24 famílias e 1 solteiro: Hessen/Rheinhessen
14 famílias e 1 solteiro: Hunsrück/Pfalz
1 família (Kappel) e 0 solteiro: Turíngia
18 famílias e 4 solteiros: Naturalidade desconhecida
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A triste história do bergantim Carolina (1826)
– POSTED ON 18/07/2015
POSTED IN: ALEMANHA, DIVERSOS, GENEALOGIA, HISTÓRIA, IMIGRAÇÃO ALEMÃ, PATRIMÔNIO HISTÓRICO
O bergantim Carolina trouxe à colônia de São Leopoldo 57 famílias e um viúvo, num total de 288 pessoas, a maioria famílias do Grão-Ducado de Hessen-Darmstadt, também chamado de região do Rheinhessen, hoje Rheinland-Pfalz e que compreende a área entre as cidades de Bad Kreuznach e Alzey.

Tendo ele partido do Rio de Janeiro em 15 de dezembro de 1825, chegou à capital da província após 30 dias de viagem. Os integrantes do costeiro, desembarcados em Porto Alegre, foram levados então a São Leopoldo onde Hillebrand os registra em 15 de janeiro de 1826. A única exceção é o imigrante Martin Schneider, que chegou na Feitoria Velha em 7 de março de 1826.

O historiador gaúcho Carlos H. Hunsche, publicou pela primeira vez a história desse costeiro em seu O ano de 1826 da Imigração e Colonização Alemã n o Rio Grande do Sul. Ele se referiu ao Carolina como “o costeiro que foi rondado pela fome e pela morte”. Hunsche encontrou a carta escrita pelos colonos-passageiros ainda em viagem, datada de 4 de janeiro de 1826, no Arquivo Histórico do Estado do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre.

Um importante relato das dificuldades que as famílias desse barco tiveram que passar para concluir seu destino, escrita em alemão a carta têm como título “Unterthänigst gehorsamste Bechwerde von Seiten der von Rio Janairo nach Porto Negre gehenden Colonisten“ (Submissa e muito obediente queixa de parte dos colonos em viagem do Rio de Janeiro à Porto Alegre).

É um apelo desesperado por ajuda. Tratados a farinha de mandioca e privados até de pão pelo capitão do barco – do qual infelizmente a história não registrou seu nome, que deixou de alimentá-los para vender os mantimentos pelo dobro do preço em Porto Alegre devido à eclosão da guerra contra a Argentina. Faleceriam na viagem de 30 dias pelo menos 20 pessoas entre crianças e velhos, todas jogadas ao mar.

Segue a transcrição e a tradução do acervo do Arquivo Histórico de Porto Alegre.

"Submissa e muito obediente queixa da parte dos colonos em viagem do Rio de Janeiro à Porto Alegre

Muito louvável Governo Imperial

Extrema precisão nos obriga e nos faz indispensavelmente necessário comunicar ao Alto Governo a situação miserável em que nos encontramos e a pedirmos socorro.
Durante quinze dias estivemos atracados na Praia Grande, perto do Rio de Janeiro, onde fomos alimentados à satisfação de todos. Depois fomos transferidos para o navio Carolina, onde nos encontramos atualmente e onde nos foram reduzidos sensivelmente os viveres.
Inicialmente recebíamos um pouco de biscoito e ao meio-dia feijão e arroz, mas apenas para saciarmo-nos precariamente. De um dia para o outro, fomos privados dos biscoitos e recebemos, em seu lugar, farinha de mandioca. Inicialmente não sabíamos o que fazer com ela, depois a gente começou a prepará-las em frigideiras. Mas tivemos de pagar por isso aos negros que trabalham na cozinha.
Mas agora também a farinha escasseia, tanto que já não podemos aguentar mais. Antes de chegarmos a Rio Grande, o capitão costumava consolar-nos dizendo que tivéssemos paciência, ele lá, compraria pão, mas ele não cumpriu com a palavra, pois, quando chegamos ao porto de lá, o capitão foi para a vila ao lado do porto e, ao voltar, declarou que não havia pão. Depois de muito rogar, quatro pessoas obtiveram a licença de ir até lá, durante a noite, a fim de comprar pão com dinheiro próprio. O capitão ainda prometeu que, na manhã seguinte, outros quatro poderiam ir a terra. Apesar da notícia trazida pelos primeiros quatro de que haveria pão de sobra, isso não nos ajudou, pois ao clarear do dia o capitão deu ordens para o navio partir. Os marinheiros haviam trazido um saco cheio de pão e algumas garrafas de aguardente, o que venderam aos colonos ao preço dobrado.
Já faz três dias que partimos de Rio Grande e estamos a onze milhas de lá, conforme disse o capitão. Vemo-nos diante de nossa completa ruína por causa da viagem expressamente má, dos ventos desfavoráveis e pelo fato de ficarmos seguidamente atolados em bancos de areia. Dizem que o barco está abastecido de viveres para cinco ou seis dias somente e é bem provável que mesmo em quinze dias ainda não tenhamos chegado ao nosso destino.
De manhã cedo, nossas crianças, as que ainda estão vivas, choram gritando de fome, pois até agora, nenhuma vez foram saciadas suficientemente. Muitas destas crianças e também pessoas idosas, por não estarem acostumadas a esta vida ruim e inusitada, já estão doentes e serão, em breve, jogadas à água.
Francamente, não podemos imaginar que este tratamento de escravos seja a vontade de Sua Majestade, o Imperador, considerando o quanto lhe temos custado para chegar até aqui.
Pedimos, pois, a esse Alto Governo, que nossa situação de miséria seja modificada e esperamos confiantes que nosso desejo seja cumprido, firmando-nos desse Alto Governo Imperial, muito humildes e submissos colonos.
A bordo do bergantim Carolina, a 4 de janeiro de 1826."

Seguem-se 40 assinaturas: Theobald Ewald Ermel, Christoph Wilhelm Weinz, Jacob Purper, Friedrich Bohrer, Georg N. Herringer, Anton Wehling, Valentin Heineck, Martin Zimmermann, Georg Krämer, Franz Martin, Georg Loré, Jacob Feeck, Carl Veeck, Christian Ritter, Philipp Cornelius, Friedrich Engers, Nicolaus Helbig, Johannes Vetter, Philipp Koch (o único que assinou com os três x, sinal dos analfabetos), Philipp Peter Schmitt, Wilhelm Stahlhofer, Franz Weingertner, Paul Diehl, Johannes Daudt, Jacob Dick, Peter Sieben, Peter Borger, Johannes Niederauer, Johannes Schmidt, Adam Belz, Philipp Hoffmann, Peter Knobloch, Philipp Schneider, Lorenz Dexheimer, Konrad Brandt, Martin Schneider, Johannes Niederauer (o pai), Martin Huster, Johann N. Schuler e Jacob Krebs.

Por Rodrigo Trespach

© Texto extraído de forma reduzida do livro Borger, Justin, Schmitt e outras famílias de origem germânica de Rodrigo Trespach


Jacobine Müller

Para Leandro Lampert, talvez, os pais de Jacobine seriam Heinrich Müller e Maria Elisabeth Schmidt.


3. Christina Heineck

Provavalmente morreu na viagem, pois segundo o artigo de Mahrenholtz (Norddeutsche Familienkunde, ed out 1963), Valentin chegou só com dois filhos. Segundo Leandro Lampert, ela poderia ter casado com Joseph Nessod Remstern.