Quando Luigi voltou para a Itália, Vitório permaneceu no Brasil, em Nova América, Itápolis, SP. Posteriormente foi para Dobrada, SP, onde faleceu em 1977.
Era comerciante.
9. Helena Cantú
Solteira, do lar.
10. Luiz Cantú
1 OCUP Alfaiate
Alfaiate
14. Ricieri Cantú
Comerciante
15. Geraldo Cantú
Reside em São Paulo (14/01/2003).
Alfaiate e comerciante.
Mansagem enviada pelo sobrinho César Cantú, quando da morte do "Tio Geraldo".
"Prezados (as),O falecimento do Tio Geraldo, ocorrido na data de ontem, exatamente no dia
em que completava 81 anos, encerra o ciclo de vida do mais singular e
extraordinário personagem da nossa família.Perde-se uma vida, fica o exemplo.
De fato, apesar de sempre ter sido alheio às etiquetas sociais, alheamento
esse que pode levar à marginalização de pessoas comuns, Tio Geraldo
construiu, ao longo de sua existência, um estilo próprio que acabou
consagrando-o como o mais querido e admirado, aquele que sempre era
convidado pelas famílias para os eventos, e era convidado porque a sua
presença significava uma honra para todos os anfitriões. Com sua sabedoria
leiga, suas estórias e piadas inteligentes e bem humoradas, sabia alegrar os
ambientes e, assim, sempre formava em volta de si uma roda de atentos
ouvintes de todos os níveis, desde as ajudantes do lar até os insignes
jornalistas e editores, juízes e desembargadores com os quais conviveu em
muitos momentos de sua vida.Extremamente justo, era incapaz de subestimar qualquer pessoa em função de
alguns desvios que, aliás, todos têm e, ao mesmo tempo, era capaz de
discernir boas qualidades naqueles que não primavam por um comportamento
dignificante.Nos últimos tempos, a sua saúde física e mental começou a se deteriorar e
Tio Geraldo começou a perceber que não possuía mais condições de continuar
desempenhando aquele papel relevante no seio familiar e de amizade. Com essa
percepção, ele concluiu que o propósito de sua vida havia chegado ao fim, e
afirmava isso rotineiramente ao dizer “que a sua função já estava cumprida e
o futuro não passava de uma mera prorrogação sem maior significado”.Logicamente, todos nós começamos a nos preocupar com o final de sua
caminhada e esforços começaram a ser despendidos para que ele pudesse
usufruir da melhor qualidade de vida. E foi nesse momento que o Tio Geraldo
pode experimentar momentos de grande satisfação ao perceber o quanto os seus
familiares estavam solidários com as suas necessidades. Abundaram oferendas
espontâneas de pessoas que abriam as suas portas para recebê-lo e
protege-lo. De todas as opções apresentadas, as que foram consideradas mais
adequadas e, por isso, analisadas, foram a dos sempre queridíssimos irmâ e
cunhado, Nadir / Aurélio, e dos sobrinhos Vitório / Lúcia, Fernandinho,
Maria Lúcia, Mariângela, Maria Célia e de mim próprio. Tio Geraldo, porém,
descartou respeitosamente essas ofertas porque, claramente, não queria
causar transtornos aos seus familiares. Optou por morar em São Vicente,
ambiente que gostava muito porque, talvez, lá tenha vivido momentos felizes
com sua falecida esposa Nilza.No último domingo, depois de uma conversa com a prima Mariângela, falei por
telefone com Tio Geraldo e ele foi taxativo: Vamos morar em São Vicente
junto com a Mariângela. Claramente senti que essa sua decisão se fez em
função de sua confiança na sobrinha para tal atividade (Ele sempre elogiara
a dedicação dela nos cuidados com a própria mãe, Tia Rosa), e, também,
porque ele tinha certeza de que poderia contribuir, em muito, para que a
sobrinha viesse a encontrar um estágio de estabilidade financeira em sua
vida. Acertei com o Tio Geraldo que jantaríamos na terça-feira (Minha
intenção era fazer uma surpresa no dia do seu aniversário), e fazer os
ajustes finais para a compra do apartamento e operacionalização da mudança.Infelizmente, ele morreu no próprio dia.
Durante essa triste fase, tive a honra de participar de duas atividades
significativas para o nosso propósito. A de acompanha-lo nos exames de
diagnóstico e consultas médicas, ajudado, muitas vezes, pela Célia e Carlão,
e de receber a incumbência de administrar o patrimônio, e, para isso, foi-me
dada total e absoluta liberdade para fazer o que eu julgasse mais
conveniente. Nos finais de semana, quando tentava passar para o Tio Geraldo
o status dessa administração financeira, ele simplesmente recusava-se a
ouvir dizendo que eu sabia o que estava fazendo e não precisava explicar
nada. Isso, logicamente, ao mesmo tempo em que me envaidecia, aumentava em
muito a minha responsabilidade e, por isso, procurei gerir as finanças de
modo a cumprir o que devia ser feito e, ao mesmo tempo, preservar e até
aumentar o patrimônio.Além das pessoas já citadas, sinto-me instado a nomear duas outras que
conquistaram grande estima do Tio Geraldo.Refiro-me, inicialmente, a Dra. Rosaura P. Rodrigues, de Santos, que
espontaneamente, e recusando-se a receber qualquer honorário, dispôs-se,
como médica geriátrica, a examiná-lo e emitir as receitas dos diagnósticos
médicos. Essa ajuda foi de muita valia já que, pelo IPESP, as dificuldades e
os prazos de marcação tornariam inviável um tratamento com a urgência
necessária. Infelizmente, o prognóstico da Dra. Rosaura, quanto à extrema
gravidade das condições cardiológicas do Tio Geraldo, concretizaram-se.
Acredito que um dos motivos da opção de moradia do Tio Geraldo para São
Vicente foi a facilidade de continuar sendo atendido pela Dra.Sempre foi também uma referência para o Tio Geraldo a sua incansável e
dedicada esposa Nilza, e sua família. O relacionamento do tio Geraldo com
essa família foi apenas mais um dos exemplos do desprendimento dele com
relação aos bens materiais. Falecida a esposa, os cunhados entraram em
contato com o tio para tratar do inventário. Ele simplesmente disse: Façam
como vocês quiserem e eu aceitarei como o sendo correto. Nesse momento, a
família demonstrou uma isenção total de interesses outros, ao outorgar ao
Tio Geraldo praticamente todos os bens que poderiam ser divididos.Como não citar, ainda, a presença constante do primo Luiz Dalpino. Não se
conseguia marcar nada com o Tio Geraldo nas quintas-feiras de manhã porque
ele tinha que ir até o Luís para comprar o queijo. Uma simples desculpa para
quem desejava mesmo é um papo e um almoço com o tão querido primo de muitas
décadas.Durante essa noite, refletindo sobre a vida e a morte do tio Geraldo,
veio-me à mente um pedido que o meu pai, Sr. Cezar Cantu, fizera a mim antes
de falecer, lá no início do ano de 1982: Carlos, fique atento com o tio
Geraldo. Não o deixe chegar ao final da vida desamparado. Ele é muito
ingênuo e não pensa em si próprio. E perguntei-me: Será que cumpri a minha
promessa? Será que todos nós cumprimos com o nosso desejo?De acordo com o diagnóstico do querido sobrinho Dr. André, sempre presente
com o irmão Artur nas questões de saúde do tio Geraldo, ele morreu dormindo,
tendo sido encontrado sem qualquer sinal de ter percebido os espasmos
mortais. Que bom. Morreu como todos desejaríamos morrer. Com isso, estamos
todos nós um tanto confortáveis de que o querido tio não morreu desamparado;
se proteção maior não foi dada, foi porque ele se recusou a recebê-la.Acredito que o Tio Geraldo não morreu; ele quis morrer. Quis morrer porque,
claramente para ele, se a morte é cruel, viver sem vida pode ser mais ainda.Tenho por mim que a memória e o exemplo de vida do Tio Geraldo não devem ser
esquecidos. Assim, proponho que seja contratado um profissional para redigir
uma pequena bibliografia, que será também, a nossa bibliografia. Um custo
muito reduzido em relação ao patrimônio deixado e para um propósito tão
elevado.Já que te partes,
Que te partas feliz,
Que te partas com esta parte
Do nosso partido ser
Que tu partiste,
E não mais nos quis.São Paulo, 01.06.2011"
Magistério
6. David Cantú
Tipo sanguíneo: A ou O negativo
Profissão: Pedreiro
Causa mortis: Coma hepático (paralisação de vários órgãos) visto transfusão de sangue e posterior icterícia.
17. Diomar Cantú
Falecido ainda criança.
18. Maria Cantú
Falecida ainda criança.